A guerra entre Israel e o Hamas é um conflito de longa data e que teve mais um capítulo iniciado em meados de outubro, após uma ação de caráter terrorista por parte do grupo palestino que invadiu o país do Oriente Médio e deixou cerca de 1.400 pessoas mortas na Faixa de Gaza.
Desde então, o conflito traz uma grande preocupação para o mercado financeiro internacional devido à sua capacidade de criar instabilidade em uma região geopoliticamente sensível. Israel está localizado em uma área crucial para o fornecimento global de petróleo e gás natural, bem como para importantes rotas de transporte marítimo, aumentando a volatilidade nos mercados financeiros internacionais. Resultando também em flutuações nos preços das commodities, câmbio e até mesmo nas taxas de juros em diferentes partes do mundo. Parte significativa das preocupações envolve a suposta participação do Irã, um grande produtor de petróleo.
De acordo com o professor do Unitoledo Wyden e especialista em geopolítica, Márcio Gomes, os investidores, empresas e instituições financeiras monitoram de perto os desenvolvimentos em regiões geopoliticamente instáveis, como o Oriente Médio, porque a incerteza política e econômica pode afetar negativamente os mercados financeiros, os investimentos e o comércio internacional. “Portanto, conflitos na região podem levar a uma maior aversão ao risco nos mercados financeiros, afetando, inclusive, as bolsas de valores”, declara Gomes.
Sobre o Hamas
O Hamas, uma organização que foi originalmente formada com objetivos políticos e sociais, foi criado com base em três ideias centrais: promover a religião, praticar caridade e lutar contra Israel. Mas é considerada uma organização terrorista por diversos países, incluindo Israel, Estados Unidos, União Europeia e outros. A classificação do Hamas varia de acordo com diferentes perspectivas políticas e posições nacionais, mas é importante destacar que seu histórico inclui atividades que são consideradas terroristas por muitos governos e organizações internacionais.
Países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e as nações da União Europeia, por exemplo, classificam o Hamas como uma organização terrorista. Já o Brasil e nações como China, Rússia, Turquia e Irã não adotam essa classificação. Historicamente, o governo brasileiro só aceita classificar uma organização como sendo terrorista se ela for considerada assim pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Como a guerra na Faixa de Gaza impacta a área de Comércio Exterior
A guerra entre Israel e o Hamas gera instabilidade em uma região que já é estrategicamente importante para o comércio internacional. Israel é uma nação-chave na encruzilhada entre a Europa, Ásia e África, e qualquer interrupção no comércio nessa área pode causar impactos significativos nas rotas de navegação e na logística global. Reunimos alguns motivos pelos quais os profissionais deste setor devem estar atentos a este conflito.
Preços do petróleo
A instabilidade na região muitas vezes resulta em aumentos nos preços do petróleo. Isso pode afetar diretamente os custos de transporte e energia, o que é fundamental para o comércio internacional.
Disrupções na logística
Conflitos e tensões na região podem levar ao fechamento de portos, bloqueios em rotas de navegação e atrasos nas cadeias de suprimento, afetando diretamente o comércio de mercadorias em todo o mundo.
Riscos cambiais
Eventos geopolíticos podem influenciar as taxas de câmbio, o que, por sua vez, afeta os preços das importações e exportações. Isso pode impactar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, por exemplo.
Aumento do risco país
Eventos como conflitos armados podem aumentar a percepção de risco em países em desenvolvimento, como o Brasil. Tornando o investimento estrangeiro direto mais escasso e mais caro, afetando a capacidade de expansão das empresas brasileiras no exterior.
Impacto nas exportações e importações
Dependendo do grau de instabilidade e do setor em questão, as exportações e importações do Brasil para a região do Oriente Médio podem ser afetadas. Isso pode ser especialmente relevante para produtos como carne, grãos e produtos químicos, que são importantes para a economia brasileira.
Mudanças nas relações diplomáticas
Eventos na região podem levar a mudanças nas relações diplomáticas e políticas, o que pode afetar acordos comerciais e parcerias.
Portanto, é importante que profissionais de comércio exterior estejam atentos aos desenvolvimentos na região de Israel e Oriente Médio, uma vez que os mesmos podem ter um impacto direto ou indireto nas operações comerciais internacionais do Brasil. A análise de riscos e uma compreensão profunda dos mercados globais são cruciais para navegar por essas situações complexas.