Sem sufoco: como sair do tradicional endividamento de início de ano

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Estudo mostra que mais da metade dos brasileiros acumulam dívidas, mas, com algumas dicas práticas e disciplina, é possível se organizar

endividamento
O especialista lembra ainda que o descontrole financeiro tem impactos em todas as áreas da vida.

Muita gente já passou – e ainda passa – por isso. O mês de janeiro chega e as contas das compras feitas, muitas vezes de forma impulsiva, para as festas e férias do final do ano se somam às despesas regulares. Para completar, é hora de pagar impostos, como IPTU, IPVA, renovar matrículas do colégio, e mais uma série de compromissos sazonais. O resultado é o endividamento e o descontrole financeiro, comprovados pela  Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que apontou, em dezembro de 2020, um endividamento de 66,3% dos brasileiros, o maior percentual desde o início da série histórica em 2010, agravado pelo quadro de pandemia do ano passado. Mas os especialistas garantem que, com um pouco de dedicação e disciplina, é viável colocar ordem na casa.

“O Natal e o Réveillon são comemorações que estimulam o consumo mais acentuado com presentes, comidas, bebidas e viagens, em um contexto de lazer, confraternizações, reflexões e perspectivas para o novo ano”, destaca Enedir Antonio Beccari, professor do curso de Finanças do Centro Universitário UniMetrocamp e mestre em Administração, especialista em Finanças e contador. “Neste contexto, o que acontece é que algumas pessoas acabam não dando atenção para a dimensão dos gastos que terão para desfrutar desses momentos, o que compromete o orçamento”.

O especialista lembra ainda que o descontrole financeiro tem impactos em todas as áreas da vida. “É uma condição desconfortável, que afeta as relações da pessoa e atuações diante da família, no trabalho, na escola, em todas as frentes”, ressalta. “Não há uma receita pronta para sair dessa situação, mas é necessária uma mudança de comportamento, começando por admitir que seus ganhos não são compatíveis com seus gastos”, aponta Beccari, acrescentando que, diante desta análise realista, é preciso então controlar as despesas, buscar novas receitas e até mesmo considerar vender alguns bens para amenizar ou equacionar as dívidas. 

Beccari lembra que existem vários instrumentos gratuitos que podem ajudar na organização e controle das finanças, como aplicativos de finanças pessoais e planilhas eletrônicas, mas até a simples anotação em cadernos já é útil. “Inclusive os bancos comerciais disponibilizam aos correntistas aplicativos e orientações sobre finanças pessoais, e entidades governamentais e empresariais também oferecem esse recurso, além de ferramentas de gestão do orçamento individual”, revela. Para o especialista, a pandemia despertou a população para a necessidade do controle orçamentário devido à escassez do dinheiro. “Grande parte dos brasileiros não possui o hábito de guardar recursos, fazendo parcelamentos e empréstimos para aquisições de bens e serviços”, diz. “Mas isso acaba gerando transtornos no orçamento mensal, pois dentro das operações financeiras estão embutidos juros que farão aumentar expressivamente o valor do que se pretende consumir, é um equívoco olhar apenas se a parcela cabe no orçamento”, afirma. 

Confira as dicas sugeridas pelo professor Beccari para sair do sufoco:

1) Reúna todas as informações sobre as receitas (ganhos) de todos os membros da família, para que possa identificar os valores máximos a serem recebidos;

2) Relacione todas as despesas e custos fixos (aluguel, água, energia, alimentação básica, mensalidade escolar, transportes, vestuários, IPTU, etc), identificando os valores a serem consumidos com a manutenção básica do dia a dia;

3) Identifique todas as despesas e custos variáveis (alimentação extra, lazer, combustíveis, IPVA, etc);

4) Diante destas informações, verifique se as receitas são compatíveis com os custos e despesas fixas e variáveis. Sendo as receitas maiores, certamente haverá um fôlego financeiro, caso contrário, é preciso diminuir o consumo com os gastos fixos (sem comprometer as condições básicas de sobrevivência) e eliminar os gastos variáveis (alguns ou todos);

5) Mantenha essa organização e controle de forma permanente, sempre acompanhando gastos e recebimentos.

“As famílias devem se habituar a discutir o orçamento doméstico com a perspectiva de organizar suas finanças”, sugere. “Com essas medidas, certamente conseguirão harmonizar seus recursos financeiros, reduzindo ou eliminando esforços e adquirindo melhor qualidade de vida”, conclui o professor Enedir Antonio Beccari.

Exemplos de aplicativos gratuitos para organização financeira:

Guia Bolso – Android e IOS

Minhas Economias – IOS e Android

Organizze – IOS e Android

Orçamento Fácil – IOS e Android

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